terça-feira, 5 de abril de 2011

A lenda corrompida


Estavam os três dentro de uma, pequena e humilde, casa no meio da vila uma jovem de cabelos longos e revoltos apresentando pele e feições indígenas os chamara para se abrigar, trajava um blusa e uma bermuda brancos, porém encardidos pela terra lamacenta, seus olhos puxados traziam um ar de mistério e juventude, parecia ser muito jovem, o jovem lobo ficava a encarando embasbacado com a beleza de suas formas, Minako e Lucca em suas formas humanas olharam a menina e falaram:
-Muito obri...
Antes que pudessem terminar de falar a jovem índia abraçou Garou e começou a afaga-lo e falou alegremente.
-EU VI! EU VI VOCÊ FALAR, ENTÃO SÃO VOCÊS OS AMIGOS DO BOTO, VIERAM AQUI PRA NOS SALVAR!
-Ai me desculpem eu me chamo Tiara, Tiara Pupuaçu, da vila Régia.
Minako olhou para Garou com um olhar de raiva que dizia tudo "Idiota quem mandou abrir a boca nessa forma?!", em seguida conversou com a menina.
-Você deve estar enganada, somos apenas turistas que vieram aqui indicados pelo nosso guia, que nos falaram que nessa vila era tradicional pela sua culinária, esse aí é um cão de rua qualquer. Não dê atenção a ele.
A jovem sorria misteriosamente.
-Exatamente como o boto disse que vocês iam falar.
-Disse que vocês andarilhos não revelam identidade a ninguém.
Lucca olhou para a jovem e perguntou:
-Quem é esse tal de boto que você fala menina?!
Desejava perguntar mais coisas, mas temia por suas identidades em risco, mas a jovem logo respondeu.
-Bem eu sou amiga do boto, sabe... ele é bonzinho, mas...
Minako pegou a menina pelos ombros, já estava farta de ouvir sobre eles e não ter as respostas que desejava.
-Como sabe sobre os andarilhos do vento? E esse boto, é ele que está por trás disso tudo?!
Tiara recuou, sentou-se numa cadeira, ofereceu lugares para todos sentarem, a esta altura Garou já tinha assumido sua forma humana sob o olhar de uma impressionada Tiara que deu um grito de espanto "Você também é índio!!", o jovem acalmou e ela voltou a explicar.
-Bem, aconteceu tem exatamente dois meses...o boto é o guardião deste rio e meu namorado
A menina corava ao mencionar isso, o queixo do trio foi ao chão.
-Mas não é o boto que vocês estão pensando, esse é o boto bom.
A resposta do trio veio em unissom:
-BOTO BOM?!
Tiara explicou que o animal do folclore realmente existia, e a fada Lucca confirmou a veracidade dos fatos, dizendo que assim como as trevas, assumem forma através da mente humana o mesmo se aplica ao bem que também se materializa e disse que isso se aplica para a maioria das lendas de folclore do mundo inteiro, a própria Lucca era o exemplo de uma lenda viva, uma fada. Garou e Minako concordaram com a fada e deixaram a jovem índia continuar suas explicações.
- Bem tudo começou tem uns dois meses atrás, estávamos o boto e eu na beira do rio, conversando sobre a vida e nosso relacionamento, quando naquela noite de lua cheia ele apareceu...
Os três se seguravam no sofá.
-O boto monstro, saiu das águas com um rugido horrível, todos da vila Régia sairam de suas casas para ver o que era aquilo então o Nuno, o nome do meu namorado, pulou pra brigar com o monstro mas, o bicho foi mais forte e jogou ele nas águas, quando Nuno se recuperou o boto monstro, correu e pegou a Zinha uma menina aqui da vila, e a levou pro meio do rio e sumiu com ela nas águas...
As lágrimas escorriam pela face de Tiara.
-O Nuno...seguiu eles, pra ver o que ia acontecer mas foi atacado de novo, ele estava sangrando muito, quando tentou impedir que o bicho...fizesse aquilo com a Zinha...
Por alguns instantes a jovem índia parou para chorar, Minako pegou um copo d'água e deu para a menina beber e tentou secar as lágrimas dela em seguida disse:
-Por favor, sei que está sendo difícil mas por favor termine a história, precisamos saber o máximo que pudermos para ajudar a Zinha.
Tiara olhou para os olhos de Minako e se impressionou pela beleza dos cabelos loiros e dos olhos verdes, tão raros de se ver numa vila onde predominam os de descendência indígena.
-Bem, Nuno disse que o monstrou agarrou a Zinha a força e a pendurou num tipo de ninho que ele fez no meio da mata, disse que viu a barriga dela crescer, e falou que de lá podia sair um bebê monstro.
-3 Dias depois, vimos aqui uma criança que nunca vimos na vida, era pequena parecia um bebezinho , mas já andava, quando tentamos pega-la, era...
As mãos da jovem tremiam de medo.
-Era aquele monstrinho, cria do capeta, ele pegou minha mãe, e a arrastou com uma força pra dentro da água... Nuno não podia fazer nada ele só vira gente em lua cheia.
Tomou um gole de água para se acalmar para o que viria dizer em seguida:
-Mas mesmo assim eu o chamei e ele veio, implorei pra ele ir salvar minha mãe, mas antes de ir ele me falou que caso não voltasse, viriam aqui um grupo de pessoas que se transformam em animais que se chamam andarilhos do vento
-Depois disso ele se foi e também não voltou mais, só que vemos é o número desses bichos daquele demônio, aumentar e todo dia e toda noite vem buscar as mulheres daqui...por causa disso, meu pai montou um grupo pra ir salvar as mulheres da vila, e no outro dia.
As lágrimas escorriam.
-Tinham vários ossos de pessoas jogados aqui na vila, e agora toda dia é assim esses bebês monstros vem aqui pra nos comer, como se estivessem guardando algo e quando é lua cheia, eles vem acompanhados daquele monstro maldito pra sequestrar as meninas daqui.
Garou fechou seus punhos com tanta força que podia se escutar o estalar dos dedos e se levantou furiosamente, se aproximou de Tiara e lhe falou:
-O Nuno estava certo ! Desculpe por termos chegado tão tarde, mas vamos salvar todos vocês agora, sua vila vai voltar a ser um local que você vai voltar a sorrir, com suas amigas.
-Minako, Lucca vamos salvar todos daqui!
A loba branca e a fada se entreolham impressionadas com a atitude do jovem Garou e fazem um sinal de positivo para ele e em a Loba Branca falou para Garou:
-Precisamos de um plano, não podemos nos jogar no meio do rio assim de cabeça seria suicídio, entrar num terreno desconhecido para nós e familiar para o adversário.
Respondendo a questão levantada por Minako, o lobo respondeu:
-Exatamente Mina, por isso que você vai explorar a mata, você tem os instintos de uma caçadora, e a floresta é o seu quintal , e eu vou ficar aqui fazendo a segurança da vila.
O lobo percebera que Minako ia falar algo, mas a impedira
-Eu sei que sou novato, mas acredite em mim, eu não vou perder pra mais ninguém!
A loba branca via determinação transbordas nos olhos do jovem então se calou em seguida, Garou, olhou para a fada Lucca.
-Você na sua forma de fada , pode seguir o leito do rio e rastrear também a que altura estamos do ninho.
A loba e a fada, ficaram impressionadas com a velocidade que o lobo desenvolvera um plano tão rápido, e que o plano envolvesse um grupo separado, era uma atividade arriscada, mas devido a condição da situação não podiam se dar ao luxo, de saírem da vila e ocorrer novo ataque aos moradores. Então rapidamente traçaram os detalhes do plano e se preparavam para partir, em seus respectivos caminhos. Iriam partir no próximo ataque feito pelos bebês botos a vila.

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